Em defesa das rádios comunitárias

9 ago

Participe do ato público em Campinas no dia 19  de agosto, a partir das 11h

Cirineu Fedriz, comunicador comunitário, 11 dias encarcerado em um presídio por manter uma rádio comunitária sem licença

Zuza, comunicador comunitário, condenado a 2 anos de prisão

Paulo Jonas, comunicador comunitário, vários processos por transmissão ilegal

Hoje, a liberdade de expressão no Brasil só é realidade para 9 grandes famílias. 20 mil comunicadores de rádios pequenas estão sendo processados ou foram condenados por querer exercer sua liberdade de expressão e seu direito à comunicação.

Por conta da legislação restritiva e da burocracia administrativa, as rádios comunitárias no Brasil são condenadas à marginalidade, ficando confinadas a uma frequência por localidade, com limite de alcance de 1 km de ráio e proibidas de arrecadar com publicidade. Há 20 mil processos parados no Ministério das Comunicações. Emissoras que pediram legalização há mais de 10 anos ainda esperam por avisos de habilitação (espécie de edital) para sua região. Enquanto isso, a maioria das rádios e Tvs comerciais de Campinas funcionam com outorgas vencidas. E ninguém… Absolutamente nenhum policial Civil, Federal ou Agentes da Anatel tomam a coragem de lacrá-las e prenderem seus responsáveis. Isso mostra que as leis que criminalizam a comunicação em nosso país, só servem para atender os interesses do monopólio da Comunicação.

Se as leis de comunicação neste país fossem realmente cumpridas, somente a radiodifusão verdadeiramente comunitária é que existiria no país. E não estas emissoras comerciais que funcionam única e exclusivamente através do lucro. Afinal, as emissoras comerciais devem ter uma função pública e atender as suas finalidades culturais e educativas. E quais das emissoras comerciais fazem isso?

Enquanto isso, rádios comunitárias são acusadas de derrubar aviões, e recentemente são fechadas pelo aparelho do Governo do estado. É preciso esclarecer a população, que as rádios comunitárias são importantes instrumentos de valorização das lutas sociais e da Cultura local.

No dia 19 de agosto, você tem um compromisso com a democratização da comunicação. Participe do ato público promovido pela regional SP da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço) em Campinas em defesa das rádios comunitárias. É contra essa situação que condena muitos e protege alguns que vamos protestar. Se você defende a liberdade de expressão, não deixe que ela seja apropriada por poucas famílias.

Por tudo isso, reivindicamos;

  • Anistia para todos os radiodifusores condenados e processados pelos agentes de repressão do estado brasileiro, com o arquivamento de todos os processos e a devolução de todos os equipamentos apreendidos;
  • Descriminalização da radiodifusão comunitária sem licença;
  • Punição imediata de todos os agentes Federais e das polícia civil e federal que cometeram abuso policial nas operações de fechamento e lacres de emissoras comunitárias;
  • Abertura de aviso de habilitação e abertura de mais canais para as cidades da região metropolitana de Campinas.
  • Agilização na tramitação do projeto de lei que modifica a lei 9.612/98, com as correções apontadas pelos movimentos sociais;
  • Investigação do Ministério Público Federal na Secretaria de relações parlamentares, para investigar o uso político no atendimento de pleitos de parlamentares no processo de indicação de localidades e de processos de radiodifusão comunitária;
  • Realização de audiência pública na Comissão de Direitos Humanos da Assembléia legislativa de São Paulo, para apurar a relação da empresa Dentel telecom e policiais civis no fechamento de 125 emissoras no estado de São Paulo;

Quadrilha que rastreia Rádios Comunitárias para o Monopólio da Comunicação está sendo investigada

A empresa Dentel Telecom, formada pelo ex-agente da Anatel Antonio Bento está sendo investigada pelo Ministério Público Federal de São Paulo. A empresa é acusada de falsidade ideológica pelo MPF, no fechamento de uma emissora em Guarulhos, na grande São Paulo, o motivo da investigação é de que os ex-agentes estavam portando coletes da Agência nas imagens apresentadas no Jornal Nacional da Rede Globo, quando da apreensão de uma emissora na cidade.

Na época, a Anatel nada fez para cobrar das autoridades competentes e da Polícia Civil explicações sobre o ocorrido. Mas a agência reguladora de telecomunicações só fez a denúncia após a ABRAÇO denunciar publicamente a relação promíscua entre agentes da Anatel, Policiais Civis e esta empresa que presta serviço de capitães do mato para o monopólio.

A Abraço entrará como parte na representação, e solicitará também do Ministério Público Federal investigações no sentido de apurar a participação de policiais civis nas operações. Segundo a ABRAÇO existem fortes indícios de policiais corruptos nas operações de fechamento de Rádios.

Somente neste ano, a Polícia Civil de São Paulo realizou o fechamento de 125 Rádios Comunitárias em parceria com a Dentel Telecom.

A ABRAÇO São Paulo exige providências imediatas, e não poupará esforços para colocar estes canalhas na cadeia o mais rápido possível, e por isso solicitou a Comissão de Direitos Humanos uma audiência Pública para apurar esta situação.

Ato na Flaskô (16/julho)

17 jul

O Comitê pelo Direito de Lutar participou do ato de resistência à decretação de falência da fábrica ocupada Flaskô (Sumaré). Os trabalhadores tiraram dinheiro de seu salário para pagar uma dívida contraída pelo ex-patrão e, apesar disso, o juiz ainda se negava a retirar o pedido de falência. Após audiência com o Senador Suplicy o juiz voltou atrás. A Flaskô segue sendo a trincheira dos trabalhadores! Assista abaixo o vídeo:

Flaskô: Trincheira de Resistência